domingo, 22 de fevereiro de 2009

Texto da BCC – Base Curricular Comum de Matemática do Estado de PE

4.3 A transposição didática e a transformação dos saberes

Ancorada nas concepções de aprendizagem, e fortemente articulada ao conceito de contrato didático, aparece a idéia de transposição didática, freqüentemente dividida em dois grandes momentos, a transposição didática externa e a transposição didática interna. A primeira toma como referência as transformações, inclusões e exclusões sofridas pelos objetos de conhecimento desde o momento de sua produção, até o momento em que eles chegam à porta das escolas. Atuando, de certa forma, em uma esfera exterior à escola (mas sempre como resposta a demandas dela), o produto dessa transposição didática externa se materializa, em sua maior parte, pelos livros didáticos e pelas orientações curriculares, como o presente documento.
Por outro lado, a transposição didática interna se apresenta, por sua própria natureza, no interior da escola, e, mais particularmente, em cada uma de nossas salas de aula. É o momento em que cada professor vai transformar os conhecimentos que lhes foram designados para serem ensinados em objetos de conhecimento efetivamente ensinados. As escolhas efetuadas pelo professor é que determinam, de certa maneira, a qualidade das aprendizagens realizadas pelos alunos.
Nesse processo de transposição, a temporalidade, associada à aparição dos objetos de conhecimento no cenário didático, também surge como elemento importante nas aprendizagens realizadas pelos alunos. Se nos referirmos ao processo de transposição didática externa, podemos pensar que a apresentação do conhecimento que chega à porta de nossas escolas aparece segundo uma organização linear, regida pelo tempo legal, ou seja, aquele determinado pelos referenciais curriculares, e pelo tempo lógico, que organiza, de uma certa maneira, a apresentação e a articulação dos objetos de conhecimento, criando uma espécie de cadeia.
A partir desse momento, com a entrada em ação da transposição didática interna, um outro tempo deverá entrar em ação, diretamente articulado com o tempo de ensino, o tempo de aprendizagem. Atualmente, diversos estudos têm mostrado que esse tempo de aprendizagem é próprio de cada aluno, se caracterizando essencialmente pela não-linearidade. Em outras palavras, trata-se de um tempo que não obedece à mesma lógica do tempo de ensino, que, normalmente, se caracteriza pela linearidade.
Assim, o professor aparece como elemento importante nessa gestão do tempo em sala de aula, na medida em que lhe cabe ajustar a linearidade própria do tempo didático à não-linearidade do tempo de aprendizagem do aluno. Pode-se até mesmo afirmar, que a tentativa de associar os tempos de ensino e de aprendizagem tem se mostrado uma importante fonte do fracasso escolar (Câmara, 1997).


Referência Bibliográfica


Base Curricular Comum para as Redes Públicas de Ensino de Pernambuco: Matemática/ Secretaria de Educação. Recife: SE. 2008. p. 63-65.

2 comentários:

  1. oiiiiiiiiiiiiiiiiiiii eu leciono na escola cantinho da monica
    em r...pe
    bom gostei desse texto apesar de discordar do mesmo srsrsr
    abraços!

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  2. é maravilhoso,porque esse assunto é muito interessante e necessário em nossas vidas.
    facilitando o nosso aprendizado...
    das alunas do Mendo Sampaio:ÉRICA,JOSENILDA E MÉRCIA

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